Com um bloco de papéis, algumas
ferramentas e grandes ideias, George Safford Parker fez a pena,
eventualmente colocou-a em um suporte e a invenção funcionou! E o melhor
é que funcionou bem! Quando o assunto é escrita as canetas PARKER são
míticas. Contar a história da escrita passa também por contar a história
da PARKER, responsável pelo abandono da caneta de tinteiro.
A história
George Safford Parker, um jovem
professor de uma pequena escola da cidade de Janesville, localizada no
estado americano do Wisconsin, vendia canetas-tinteiro para seus alunos e
colegas de trabalho como forma de aumentar um pouco sua renda mensal e
equilibrar suas finanças pessoais. Porém, estas canetas apresentavam
defeitos frequentes e Parker sentia-se na obrigação de consertá-las.
Desta forma, ele ganhou credibilidade, aumentando em muito o número de
canetas vendidas e cativando uma clientela fiel. De tanto montar e
desmontar, consertar aqui e ali, ele vislumbrou a necessidade de
desenvolver um instrumento de escrita “ideal”, sem os problemas
corriqueiros e constantes que as canetas possuíam na época. Acreditando
que se fizesse o melhor instrumento de escrita as pessoas iriam comprar,
ele criou sua primeira caneta em 1888. Após fundar, juntamente com W.
F. Palmer, a PARKER PEN COMPANY, no ano seguinte o projeto foi
patenteado e o resto é basicamente a história da escrita moderna no
mundo.
Cinco anos após a abertura de sua
empresa, Parker dava seu primeiro passo comercial registrando a patente
da LUCKY CURVE, que utilizava tecnologia “button-filling”
(enchimento por botão) e sucesso de vendas até a década de 20. No ano de
1903 a empresa abriu sua primeira distribuidora fora dos Estados
Unidos, na Escandinávia. Pouco depois, em 1906 foi criada a PARKER
SNAKE, uma caneta que continha uma serpente ao redor do corpo, com os
olhos em vidro verde. Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, surgiu
um grande negócio: o Departamento de Guerra dos Estados Unidos comprou
um grande lote da caneta PARKER TRENCH, que foi distribuída a soldados
americanos e europeus nos frontes de batalha. A tinta vinha em forma de
”pílula” para ser dissolvida na água da chuva. Este contrato permitiu
que a marca PARKER ficasse conhecida no mundo inteiro e engordasse
consideravelmente seus cofres, que no ano seguinte alcançou seu primeiro
US$ 1 milhão em faturamento.
Em 1921 foi lançada a PARKER
DUOFOLD, uma inovação que fez da marca líder mundial em vendas durante
vários anos. Essa caneta tinha 25 anos de garantia e até hoje é
conhecida como a “Big Red” graças à sua cor vermelha. Em 1929, após a
quebra da bolsa de valores americana, George Parker coletou restos de
materiais da fábrica para produzir uma linha rara e colorida de canetas,
a qual batizou de PARKER DEPRESSION. No início da década de 30, a marca
revolucionou o mercado com o lançamento da QUINK, junção das palavras
inglesas “quick” (rápido) e “ink” (tinta). O produto levava álcool como
solvente e passava a ideia de tinta de secagem rápida. Os tinteiros da
PARKER eram feitos de vidro grosso em diversos formatos, dependendo do
modelo de caneta para o qual a tinta era destinada. A PARKER VACUMATIC,
lançada em 1933, com seu sistema de enchimento com pistão, foi um marco
na escrita mundial, sendo a primeira caneta a apresentar o tradicional “clipe em forma de flecha”, símbolo da marca até os dias de hoje.
A revolucionária PARKER 51,
com a pena embutida, que fazia a tinta secar no instante em que tocava o
papel foi introduzida no mercado em 1941 para comemorar os 51 anos de
existência da empresa. Levou 11 anos para ser projetada, foi produzida
em diversos países (incluindo Brasil), sendo o maior sucesso de vendas
da história na indústria de canetas (mais de 20 milhões de unidades
vendidas somente até 1970). A primeira caneta esferográfica da empresa,
chamada PARKER JOTTER, foi introduzida no mercado em 1945, e escrevia
cinco vezes mais que as concorrentes. Somente em seu primeiro ano, a
nova caneta alcançou vendas de 3.5 milhões de unidades, e mais de 750
milhões de unidades em sua história.
Pouco depois, em 1948, foi lançada a
PARKER 21, uma caneta mais barata e acessível, mostrando a intenção da
empresa em ingressar nesse segmento de mercado. Na década de 50 ocorreu
uma grande novidade: em 1956, foi lançada a PARKER 61, a primeira caneta
tinteiro da marca a utilizar o sistema de fluxo capilar de tinta,
criando assim uma caneta que se autoalimentava, não borrava e ainda
escrevia até de cabeça para baixo. Nas décadas seguintes a empresa
introduziu no mercado produtos revolucionários, como por exemplo, a
PARKER 45, primeira caneta com cartucho de tinta descartável, lançada em
1960; e a PARKER SISTEMARC, primeira caneta rollerball da marca,
lançada em 1975.
No ano de 1986, a tradicional
empresa foi adquirida por um grupo de gerentes e investidores da PARKER
europeia, iniciando um novo posicionamento de seus produtos no mercado,
voltado ao segmento de preço alto. Em 1993 a empresa foi adquirida por
US$ 500 milhões pela The Gillette Co., como parte estratégica de
diversificação de seus negócios. Nos anos seguintes a PARKER não parou
de inovar ao lançar produtos revolucionários: PARKER SONNET, que
combinava o tradicional trabalho artesanal com alta tecnologia de
fabricação estimulando novamente o prazer de se escrever; PARKER PEN
MAN, linha de cargas esferográficas e tintas de alta tecnologia,
introduzida em 1993; e a PARKER FRONTIER, uma caneta inovadora, com sua
pegada emborrachada, formato contemporâneo com uma grande variedade de
cores e materiais. Em 2000, a empresa foi comprada pela Newell
Rubbermaid quando a subsidiária Samford adquiriu a divisão de produtos
de papelaria da Gillette. No ano seguinte, lançou a linha INFLECTION com
seu design contemporâneo e estilo deslumbrante, tem desempenho sólido
de cima até a ponta. São instrumentos de escrita com moderna engenharia,
utilizando as tecnologias de tinta mais recentes. Em 2003, para
comemorar o centenário da empresa, foi lançada no mercado a PARKER 100.
Ao mesmo tempo clássica e moderna a caneta possuía um estilo único,
mesclando as formas tradicionais dos modelos mais antigos da marca com
um toque moderno e arrojado. Os detalhes da caneta eram banhados em ouro
23 quilates. Nos últimos anos a PARKER está, cada vez mais, adotando um
posicionamento de luxo no mercado, com seus produtos sendo
comercializados em sofisticados varejistas e lojas especializadas.
Escrevendo a história por mãos famosas
Por mais de um século, em diversas
ocasiões públicas e momentos solenes as canetas PARKER tem sido a
escolha dos indivíduos mais eminentes no mundo, que incluem grandes
líderes políticos, personalidades, artistas, escritores até a nobreza,
como por exemplo, a Família Real Britânica. Nas artes, da prosa à ópera,
as canetas da marca se transformaram em sinônimo de criação e
inspiração para nomes como Pablo Neruda e Sherlock Holmes. E nos
negócios e nas ciências, tem sido há anos a escolha de personalidades
mundiais famosas e inteligentes, como por exemplo, Armand Hammer, Albert
Einstein, Thomas Edison, Winston Churchil, Nelson Rockfeller, Margaret
Thatcher, Lyndon Johnson, John F. Kennedy e Lee Lacocca. Quando se fala
em prestígio e elegância, pessoas de bom senso escolhem PARKER: Ernest
Hemingway escreveu suas grandes obras, como “Por quem os Sinos Dobram”,
com uma caneta da marca; Joan Crawford, uma das estrelas de Hollywood,
preferia as canetas PARKER; Norman Rockmell criou a sua¬ primeira arte
para campanhas públicas com uma caneta da marca; o Presidente Getúlio
Vargas era um fiel usuário delas; além disso, a PARKER é escolhida pela
nobreza de todo o mundo, sendo a única fornecedora de canetas e tintas
para a Família Real Britânica.
Além disso, momentos importantes
para a história e o futuro da humanidade foram assinados por mãos que
seguravam uma PARKER: em 7 de maio de 1945, duas canetas PARKER 51
pertencentes ao General D. Eisenhower foram usadas para assinar o fim da
Segunda Guerra Mundial; pouco depois, no dia 2 de setembro, o General
MacArthur assinou a rendição dos japoneses em Pearl Harbour usando sua
PARKER DUOFOLD vermelha; em 1951, protocolos do GATT foram assinados na
conferência das Nações Unidas com uma PARKER 51 bem como o Tratado de
Paz dos japoneses; o secretário de Estado William P. Rogers assinou o
Acordo de Paz do Vietnã usando uma PARKER 75 no ano de 1973; os
presidentes Bush e Gorbatchev trocaram canetas PARKER ao assinarem os
Acordos de Desarmamento Nuclear de 1990 e 1991; o ministro do exterior
de Israel, Shimon Peres, assinou o tratado de paz do Oriente médio
utilizando uma PARKER em 1993; e o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso que utilizou uma PARKER 51 de ouro, originalmente do
ex-presidente Getúlio Vargas, para assinar o termo de posse de seu
segundo mandato em janeiro de 1999.
A evolução visual
O primeiro logotipo da marca era
composto apenas pela palavra PARKER. Somente no ano de 1933 surgiu o
tradicional e famoso logotipo “arrow clip” (um clipe em forma de flecha),
que se tornaria símbolo de excelência em escrita. Este verdadeiro ícone
da PARKER foi criado pelo artista Joseph Platt. Porém, no ano de 2000, a
PARKER resolveu reformular toda sua identidade visual, desde o
logotipo, passando pela linha de produtos, até suas embalagens. O novo
logotipo era mais moderno e dinâmico, contendo um P estilizado.
Recentemente a marca resolveu trazer seu principal ícone de volta a sua
identidade visual, só que em uma versão completamente reestilizada.
Os slogans
The Fountain Pen Network.
Treasure it.
You’ve got to feel it to believe it. (2003)
The world’s most wanted pen. (PARKER 61, 1956)
Writes dry with wet ink. (PARKER 51, 1941)
It won’t leak in your pocket and embarrass you.
Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 1888
● Fundador: George Safford Parker e W. F. Palmer
● Sede mundial: Oak Brook, Illinois
● Proprietário da marca: Newell Rubbermaid Inc.
● Capital aberto: Não
● Presidente: Paul Donahue
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Presença global: 120 países
● Presença no Brasil: Sim
● Segmento: Papelaria e escrita
● Principais produtos: Canetas e lapiseiras
● Concorrentes diretos: Waterman, Lamy, Omas, Faber-Castell e Sheaffer
● Ícones: A caneta Parker 51 e o clipe em forma de flecha
● Slogan: The Fountain Pen Network.
A marca no mundo
Hoje, a marca é líder mundial no
mercado de instrumentos de escrita, presente em mais de 120 países,
oferecendo instrumentos de escrita de alta qualidade e tecnologia. No
Brasil, onde a PARKER já possuiu fábrica (foi inaugurada em 1959 na
Cidade de São Paulo e fechou as portas no início dos anos 90), seus
produtos são comercializados através de distribuidores contratados.
Você sabia?
● A Parker Suástica
foi lançada em 1915, e a suástica nazista, que viria a ser odiada no
mundo inteiro, anos depois. Na época em que a caneta foi criada, a
suástica era um antigo símbolo da sorte dos índios americanos. Com a
Segunda Guerra Mundial, as canetas que estavam em estoque na fábrica,
juntamente com outras recolhidas pelo mundo, foram enterradas na
fundação de uma fábrica em construção da PARKER pelo próprio fundador da
empresa em protesto contra Hittler, já que George Parker era judeu. Há
informações de que existem apenas 15 unidades pelo mundo hoje.
As fontes:
as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa
(em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e
Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e
Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites
financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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